3.4.12

1º Capítulo - “pregou-me um beijo na boca”


Chamo-me Filipa, tenho 16 anos e o meu melhor amigo chama-se Duarte, ou como eu lhe chamo “Dudu”. Tudo começou quando ambos entrámos para o mesmo jardim-de-infância, tínhamos nós 2 anos. Tornámo-nos ‘amiguinhos’! Ambos eramos bastante magros, ele tinha o cabelo castanho claro com pequenos caracóis e olhos azuis e eu era morena de olhos verdes. Logo no primeiro dia começámos a conversar e nesse mesmo dia, quando as nossas mães foram buscar-nos, eu fui ter com a minha, de mão dada com o Dudu, e disse:
- Mamã, ele é o Dudu, o meu novo amiguinho!
- Olá Dudu, sou a mãe da Filipa, estás bom?
- Sim! – Disse o Duarte.
Depois apareceu a mãe dele que logo gostou muito de mim. As nossas mães tornaram-se grandes amigas e muito cúmplices.
A partir daí, foi sempre a subir. Íamos à casa um do outro, pois morávamos na mesma rua, brincávamos juntos, íamos para os baloiços ao pé de minha casa e divertíamo-nos muito!
Depois fomos para a primária. Ficámos na mesma turma. Não conhecíamos ninguém lá, por isso passávamos a maior parte dos intervalos juntos. Por causa disto não dávamos oportunidade às outras crianças de estarem ou brincarem connosco. Aos poucos as outras pessoas deixaram de tentar dar-se connosco, e tornámo-nos duas pessoas um pouco solitárias e pouco sociáveis. Só gostávamos da companhia um do outro e para nós isso bastava.
No 2º ano entrou um rapaz novo para a nossa turma. Chamava-se Tiago. Eu ‘apaixonei-me’ por ele, e um dia fui mesmo dizer-lhe isso, mas ele riu-se na minha cara. Obviamente, foi contar à nossa turma toda e quando percebi que todos sabiam fiquei muito envergonhada e triste com ele. O Duarte foi ter uma conversa com ele, pois não gostou nada daquela atitude. Ainda hoje não sei o que falaram, mas a partir daí, o Tiago passou a tratar-me muito melhor.
Os rapazes gozavam muito com o Dudu por ele só querer estar comigo e não querer jogar à bola com eles. Chamavam-lhe maricas e tudo mais. Eu dizia-lhe para não ligar e ele não ligava, mas chegou a um ponto em que ele já não aguentou. Eu disse que ia falar com eles mas ele não deixou e foi ele mesmo tratar do assunto. Disse-lhes aos berros que ele não era maricas e que simplesmente só gostava de estar comigo. Para provar isso, pois eles não acreditavam, foi-me buscar pela mão e à frente da nossa turma inteira o Duarte pregou-me um beijo na boca. Eu, obviamente fiquei sem reação! Éramos crianças, não sabíamos o que isso significava e além disso era o meu primeiro beijo, o primeiro beijo dele, o nosso primeiro beijo.

8 comentários:

SarahBachelier ♥ disse...

Gostei muito da historia, continua escrevendo porque tens jeito. <3

quase-princesa disse...

Obrigada <3 Tu tambem tens muito jeito, muito mais do que eu! Eu só vou escrevendo quando estou inspirada...

Cláudia disse...

ainda agora comecei e já A.M.O *-----------* tens tantoooo jeito para escrever!!!

Muitos parabéns mesmo :D

quase-princesa disse...

Oh obrigada :$

Anónimo disse...

A minha alcunha também é Dudu :o (para as pessoas mais chegadas,os outros é só Du :p)

Anónimo disse...

Agora que estou a ler a história toda,gostei desse amor inocente. É sempre puro :)

Rafaela Silva disse...

"Mais tarde tornámo-nos namorados, mas éramos melhores amigos para a vida também, como dizíamos sempre! Mas isso mudou…
Nunca ninguém pensou que nos íamos tornar naquilo que somos hoje: duas pessoas que agem como se quase nem se conhecessem, que passam uma pela outra, dizem um simples “olá” e seguem o seu caminho. Assim somos nós hoje. Parece inacreditável como uma amizade tão forte se desmoronou tão facilmente."
Quando comecei a seguir o teu blog, decidi percorrer os capítulos todos a fim de me situar na história. Confesso que não percebi o prólogo, uma vez que ainda fazes posts no dia a dia em que falas do teu namorado. Se me podes responder, porque é que terminas o prólogo daquela forma ?
Beijinhos :)

Unknown disse...

adorei este 1º capítulo e vou certamente ler o resto.
vê o meu , criei a pouco http://retalhosdemeianoite.blogspot.pt/ :$