13.7.12

11º Capítulo - “A filha que você abandonou”

- O... Olá! - Disse, reticente.
- Bem eu deixo-vos a sós! – Disse o Dudu indo-se embora.
- Vejo que já estás mais recetiva a mim… - Respondeu ele, com um sorriso nos lábios. Ele era muito bonito e tinha uns olhos lindos um bocado mais claros que os meus.
- É… Eu já sei da verdade! 
- Tu… Que verdade? Estás a falar do quê? – Disse ele, a medo.
- Sim, eu sei que você é o meu pai… A minha mãe contou-me tudo! 
- O quê? Tu já sabes? – Respondeu, espantado.
- Sim. – Era-me ainda um bocado difícil olhar para aquele ser e pensar que era o meu pai. 
- Bem, não estava à espera. Então eu sou o Afonso, o teu pai! – Disse ele, meio atrapalhado.
Apetecia-me dizer-lhe: Sou a Filipa, a sua filha. A filha que você abandonou… a que deixou para trás sem pensar duas vezes. Mas na realidade apenas disse: 
- Sou a Filipa e como sabe sou a sua filha. Posso saber como me encontrou? 
- Segui-te. Desculpa, filha mas… - Ele não acabou a frase, coisa que me irritou profundamente.
- Sim? Fale. – Tentei parecer calma mas na realidade estava à beira de um ataque de nervos.
- Eu ainda me lembrava de onde morava antigamente. 
- Onde morava com a minha mãe antes de fugir com outra, é isso que quer dizer? – Não resisti.
- Desculpa filha. Eu não te queria abandonar, nem a ti, nem à tua mãe. Mas sabia que tu irias ser uma grande responsabilidade… Uma grande responsabilidade que eu não queria assumir. Desculpa. – Ele estava a tentar desculpar-se. Mas tudo aquilo ainda era muito recente para mim. Não conseguia perceber como é que um adulto tinha medo de uma responsabilidade. E além disso eu era apenas uma criança que não conseguia compreender porque é que o pai fugiu com outra mulher.
- Acho melhor falarmos depois, está quase a tocar. – E com isto fui-me embora. Deixei-o ali, espantado a olhar para mim. Mas aquilo já era emoções que cheguem por um dia. 
Fui para as aulas. A minha primeira aula seria inglês. Logo de manhã… E logo a disciplina que menos gosto. Claro que numa situação normal não presto atenção nenhuma quanto mais na situação em que estava. 
O resto das aulas foram normais. Os professores repararam que eu não estava com atenção nenhuma, mas passou. O pior foi o Dudu. Estava mesmo preocupado comigo e eu sem querer falar. Era um daqueles dias em que eu só queria estar no meu canto e pensar na minha vida. Tudo o que se estava a passar era demais na minha vida. 
Quando deu o toque de saída foi um alívio. O caminho para casa foi feito de tentativas do Duarte para me animar, mas sem sucesso. Eu não estava bem triste, estava apenas confusa. Já estava arrependida de ter falado daquela maneira com o meu pai, mas não consegui fazer as coisas de outra maneira. Sabia que no dia seguinte ele voltaria a estar à minha espera e aí eu resolveria tudo, iria fazer as coisas com mais calma. 
Finalmente, quando cheguei, o Dudu despediu-se de mim com um abraço e eu prometi-lhe que no dia seguinte lhe iria contar tudo. Entrei em casa e vi que não estava ninguém. Normalmente quando chegava a casa, a minha mãe estava à minha espera, mas não era o caso. Avancei para a cozinha e reparei que havia um bilhete em cima da mesa: “Filha, fui falar com o teu pai, não sei se demoro. O jantar está no micro-ondas é só aqueceres. Depois explico-te tudo. Beijinhos”.

5 comentários:

Kelda disse...

Pobre Filipa... escreves mesmo muito bem :D beijinhos

quase-princesa disse...

Pois é... Obrigada querida, tu também :D Beijinhos*

katy disse...

quero outro logo, ta muito lindo :D

quase-princesa disse...

ok em principio o próximo vem hoje ou amanha... mas nao prometo nada! e muito obrigada fofa :D

Anónimo disse...

Estás a ver quando descobres uma série e depois o próximo episódio só sai na próxima semana? assim sou eu com esta história,o que vale é que ainda tenho muito para ler xD mas vai começando a escrever outro capitulo(se ainda não terminaste a história) :D