19.7.12

13º Capítulo - “Princesa?”

Pegámos nas nossas coisas, fomos até a casa do Dudu e deixei a minha mala (pois ele não a queria deixar, apenas tirou os livros, mas quando olhei para a mala dele, esta continuava cheia, mas também não me preocupei muito com isso). Não era assim uma grande aventura, apenas íamos dar umas voltinhas pela nossa vila, que conhecíamos muito bem e procurar um sítio mais sossegado para ficar. A maior rebeldia era eu faltar às aulas e fazer o Duarte faltar também, mas tenho a certeza que por um dia também não fazia mal.
- Então, aonde vamos? – Perguntou-me.
- Não sei Dudu, mas vamos ver se encontramos um sítio sossegado para ficar, não me apetece passar o dia às voltas pela vila.
- Sim, eu concordo. 
Andámos uns tempos a caminhar e a conversar sobre o que tinha acontecido. Já estávamos um bocado fartos quando decidimos ir por uma rua pela qual nunca antes tínhamos ido. Ficava logo ao lado de uma charcutaria e não sabíamos onde levava. Andámos uns 10 minutos, indo sempre em frente, quando começámos a avistar um lugar bastante bonito. Era um sítio que tinha uma ponte e por baixo corria água. Podíamos ficar bem perto desta, se nos sentássemos numa colinazinha que lá havia e daí podíamos observar todo aquele rio. Era um sítio muito bonito, parecia não ter muita gente, apesar de haver um restaurante logo depois da ponte. Passava uma e outra pessoa de vez em quando, mas nada de mais. Mesmo ao pé dessa colinazinha, havia mesas, mesas de piquenique. Havia umas três ou quatro mesas do género. 
- Uau, isto é lindo Dudu! – Disse eu, admirada.
- Se é! Não sabia que este local existia. 
- Pois eu também não!
Ficámos uns minutos a admirar a paisagem, quando a minha barriga começou a roncar, de fome, provavelmente. Já estava na hora do almoço e nós ali, a 15 minutos da nossa casa. Não queria sair dali, queria ficar um bom bocado no silêncio que aquele lugar nos oferecia. 
- Estás com fome Filipa? – Perguntou o Dudu.
- Ya, um bocado. Mas não quero sair daqui! – Disse.
- Mas quem é que disse que temos de sair daqui? – Dizendo isto, o Dudu tira a mala das costas, poe-a em cima de uma das mesas e começa tirar de lá sandes e sumos. 
- Ah então era por isso que não quiseste deixar a mala! – Disse eu, ao perceber tudo. – E é por isso que estava tão cheia. Mas quando tiveste tempo de preparar isto tudo?
- A minha mãe tinha deixado as sandes e os sumos para irmos lanchar lá a casa. E eu fiz mais duas sandes e aproveitei as que a minha mãe tinha deixado. Pus também uma toalha. Já imaginava que íamos encontrar um sítio qualquer de onde não íamos querer sair!
- És mesmo genial, pensas em tudo! – Disse eu dando-lhe um beijo na cara, ao qual ele corou.  
Pusemo-nos a estender a toalha e a por as coisas na mesa. Íamos fazer um género de piquenique. Depois de comermos, arrumámos tudo e voltámos a sentar-nos na dita colina a admirar a paisagem. 
Ficámos durante muito tempo em silêncio, apenas a ouvir o barulho das pequenas ondas. Mas depois acabámos por começar a conversar e o assunto foi, obviamente parar ao meu pai. 
- Estás melhor Filipa? Eu sei que tudo isto é novo para ti e tudo isso, mas apesar de tudo ele é teu pai e vais ter que o aceitar. – Disse ele.
- É, eu sei Dudu. Mas não é fácil. Não consigo compreender como é que a minha mãe o perdoou com tanta facilidade. E além disso o que é que ele pensa? Que chega cá, pede desculpas e fica tudo bem? As coisas não são assim. 
- Sim eu percebo. Mas vais ver que com o tempo vai acabar por perceber que ele apenas quer de volta a família que abandonou, ele deve estar arrependido. – Disse o Duarte, tentando apoiar-me ao máximo.
- Pois é. Mas vá, não quero falar mais sobre isto. E tu conta-me como andas de raparigas? – Perguntei-lhe, tentando mudar de assunto. Ele voltou a corar.
- Hã… Pois… Não há nada, eu não gosto de ninguém… - Disse ele atrapalhado.
- Não gostas mesmo? Ficaste tão atrapalhado… Sou a tua melhor amiga, podes contar-me.
- Sim eu sei Filipa, mas não gosto de ninguém, a sério. E tu?
- Eu também não. Acho que ainda somos um bocado novos para isso. – Afirmei.
- Novos? Tu é que és nova, eu cá já tenho 11 anos! 
- Ahah deixa-me rir. És uns mesinhos mais velho que eu e já tens a mania. Olha p’ra ele! – Disse, a rir.
- Não interessa, sou mais velho! Por isso cala-te oh pita! – Com isto começa-me a fazer cócegas. Eu como tinha imensas cócegas rapidamente estava a rir à gargalhada. No instante estávamos os dois a rebolar no chão e a rir imenso. 
- Pára Dudu, já chega! – Disse eu, tentando fazer um esforço para fazer cara séria, mas não consegui. 
- Eu cá acho que não chega! 
Continuámos naquilo durante algum tempo. Até que finalmente parámos, quer dizer ELE parou porque quem me estava a fazer cócegas era ele. Ficámos mais algum tempo a falar, até que o vento começou a ficar frio. 
- Estás com frio? – Perguntou ele, ao reparar que estava a tremer.
- Não! – Disse, fazendo-me de forte. 
Mas claro que ele não acreditou e ofereceu-me o casaco dele. Eu não aceitei, dizendo que assim ele iria ficar com frio. Eu era teimosa, mas ele também. Abriu um espaço no casaco e assim ele ficava com uma manga e eu com a outra, mas tínhamos de ficar bem colados para cabermos os dois. 
- Obrigada. – Agradeci, olhando-o nos olhos. Ele estava com os olhos a brilhar e estavam mesmo muito bonitos. 
- De nada. Sabes, a partir de agora és a minha princesa! – Disse ele, olhando para o mar. 
- Princesa? – Perguntei surpreendida. 
- Sim, princesa!
- Ok, e tu serás o meu príncipe! 

11 comentários:

Xana disse...

Lindo, gostei muito.
Tens muito talento Princesa Perdida, continua.
Beijinhos :D

quase-princesa disse...

Ainda bem Alex *-*
Obrigada querida, tu também. Tenciono continuar, se tiver apoio nisso.
Beijinhos linda :D

SarahBachelier ♥ disse...

Esta lindo princesa, gostei imenso *-*

quase-princesa disse...

Obrigada princesa linda ♥ Ainda bem *-*

katy disse...

oooooh que fofos *_*
quero outro capitulo rápido

Cláudia disse...

Ohnnnn que lindooos *-------* mesmo tendo 10 e 11 anos, consegues tornar a história deles mágica :D

quase-princesa disse...

Ahah é mesmo, eles são super fofos *-* Pois, ainda bem que é assim :D

quase-princesa disse...

Ahah são mesmo *-*
kátia vou tentar o mais rápido que conseguir mas não prometo nada...

Cláudia disse...

Sim, super fofos mesmo :D além disso, foram ambos "obrigados" a crescer depressa, acho que também é por isso que não parecem autenticas crianças...

quase-princesa disse...

O que queres dizer com «"obrigados" a crescer depressa»? Desculpa a minha ignorância...

Anónimo disse...

Que fofos *.*